PAULO FEIRE

O MESTRE PAULO FREIRE

Paulo Freire

Entre os títulos que recebeu, estão os de Doutor Honoris Causa em Universidades de vários países, como Inglaterra, Bélgica e Estados Unidos.

Recebendo o título de Doutor Honoris Causa na Universidade Complutense de Madri, em dezembro de 1991. Em baixo, doutoramento na Bélgica.

Recebendo, na Câmara Municipal de São Paulo, o Título Cidadão Paulistano, em 1986.

Com Mário Covas, no recebimento do Prêmio Moinho Santista, em 1995.

Prêmio UNESCO de Educação para a Paz, 1986.

Recebeu prêmios, medalhas, condecorações e títulos em todos os continentes.

Durante boa parte dos anos dos governos militares no Brasil, os seus livros foram proibidos, As suas ideias foram consideradas perigosas e o seu próprio nome foi impedido de ser pronunciado em nossas escolas e universidades. No entanto, ao longo desse mesmo tempo sombrio, e depois dele, poucos brasileiros receberam tantas homenagens e tantos títulos aqui e fora do Brasil. Ao professor Paulo Freire foi concedido o título de Doutor Honoris Causa por quase quarenta universidades do Brasil e de outros países.

De Sul a Norte de nosso país, mais de três centenas de escolas públicas e particulares têm o seu nome.

sábado, 27 de abril de 2013

Jesus servo e cordeiro de Deus



             QUAL O SENTIDO TEOLÓGICO DA SUBIDA DE JESUS À JERUSALÉM?

A missão que Jesus entendia ser sua; Jerusalém não podia ficar de fora do anúncio do Reino de Deus.  Deus liberta pela primeira vez o povo de Israel da escravidão do Egito e forma uma aliança com eles. Mas dias difíceis cairão sobre este mesmo povo durante o antes, o agora e o depois da terra prometida.

A vinda de Jesus como messias libertador definitivo do povo judeu, se concretiza com sua subida a Jerusalém. A pátria espiritual do judaísmo não podia deixar de participar disso. Para Jesus as estruturas religiosas de Jerusalém não correspondem ao desejo de Deus no recinto sagrado. Por isso ele denunciará essas estruturas que desvirtuavam o verdadeiro Deus e escravizavam o povo, aplicando leis que não era a Lei de Deus.

Portanto, Jesus vai a Jerusalém porque ele sabe que no recinto sagrado, as coisas não andam muito bem por lá. E Jesus vai, no intuito de colocar em ordem, denunciar ao povo as estruturas da religião de Israel, nem que para isso, ele entregasse a própria vida.

Jesus sabia perfeitamente que ao enfrentar o poder religioso de Jerusalém, acarretaria em sua própria condenação a morte. Quando ele toma a decisão de ir para lá, brota dentro dele toda força messiânica e se deixa levar porque acredita no amor do Pai que nunca o abandonará.
Jesus como grande conhecedor das Escrituras Sagradas, observa seus inimigos e ataca no momento certo, não com armas humanas como pensavam os zelotes, mas sim com a sabedoria do Filho de Deus, Messias libertador e Senhor do Universo.

 EM QUE CONSISTE A DESCONSTRUÇÃO DO SONHO MESSIÂNICO DAVÍDICO DE JESUS?

Hora, todo ensinamento que os religiosos davam ao povo judeu sobre o messias enviado por Deus, tinha que vir da parte de Davi. Sendo assim jamais aceitavam que outro se pronunciasse Filho de Deus e Messias que não viesse da parte de Davi.

Jesus, porém, se anuncia como Filho de Deus, Messias encarnado que vem anunciar o verdadeiro Reino de Deus na terra, mas que não tem parte com Davi. Usando o Salmo 110,1 onde diz: ”Oráculo do Senhor ao meu Senhor. Senta-te a minha direta, que eu faça dos teus inimigos o escabelo dos teus pés”. Jesus mostra que não existe a vinculação dinástica entre o Messias e Davi.

O povo da comunidade de Marcos também não acreditava que Jesus fosse descendente de Davi, pela sua origem mestiça da Galiléia. Porém Jesus, aí, faz uma correção da ideologia Real, Ele afirma que o fato do povo acreditar no Messias vindo da parte de Davi, contrapõe à filiação davídica do Messias a dignidade do kyrios (Senhor). O Messias é Senhor, não porque seja herdeiro do trono de Davi. O importante aqui é saber que Jesus anuncia um Reino do qual Deus é o Rei e sua autoridade repousa nesse reinado.

No Salmo 110, Jesus afirma que a autoridade de Messias já existia antes da autoridade de Davi, Ele acreditava numa messianidade que não passava por trono de rei nenhum, mas que a messianidade era muito maior do que isso, pois era uma messianidade do “Reino de Deus”.

Jesus sabia que era hora do povo judeu perceber o equívoco dessa messianidade davídica, começar a compreender um Messias fora dessa ideologia régia, e acreditar na messianidade de Jesus como verdadeiro vindo do Reino de Deus. E a comunidade cristã só vai conseguir chegar a essa dimensão, depois que fizer a releitura da Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus.

JESUS O MESSIAS CONFLITIVO? POR QUÊ?

Jesus durante toda sua vida foi participativo na comunidade em que vivia. Porém observava e se interava da Sagrada Escritura e estudava sua observância na Lei, conforme o Evangelho de Lc. 2,52, “Ele crescia em sabedoria e graça”. Portanto, Jesus já agia na comunidade, quando seu olhar se voltava para os pobres e doentes da Galiléia, pela violência das autoridades tomadas e a cumplicidade das autoridades judaicas com o Império.

E diante da situação que se instalava com o povo judeu, Jesus afasta-se dos grupos que não tinha compromisso com o Reino de Deus. Aproxima-se cada vez mais do Pai, com sua fidelidade a ELE, trabalha para o Reino do Pai, para libertação do povo. Quando Jesus se intitula Filho do Homem, ele usa-o para designar sua própria pessoa e não um personagem na visão apocalíptica que o povo imaginava como um ser celestial que viria salvar o povo.

Portanto, Jesus age, denuncia e se anuncia portador da salvação de um povo massacrado pelo poder romano e sufocado por uma religião teocrática desumana. A ação de Jesus se da desde a Galiléia e vai até a sede do poder judaico: Jerusalém.

Sua mensagem é forte e Ele fala com autoridade, pois confia no amor do Pai. Anuncia o reino que vai libertar os oprimidos e punir os opressores. Jesus fala que vem da parte de Deus e não de um reinado ou descendência Régia Davídica.

Ao desestabilizar a religião judaica, Jesus atrai a fúria dos poderes constituídos e solidários: sacerdotes, sinédrios e o procurador romano. Jesus era diferente de tudo que o povo judeu imaginava, não era zelote, pois não praticava intervenção armada, não vinha pelos essênios como outros também imaginavam, pois ele não assume uma postura sacerdotal. Jesus organizou sim um movimento, mas não para uma guerra escatológica, ele reúne seus discípulos a serviço do reinado de Deus, libertando as pessoas do poder do mal.

Jesus não se limitava só no deserto ou no Templo, mas sim na estrada, de casa em casa. Jesus toma sua decisão, independente da compreensão de seus discípulos, ele defende os pobres, as mulheres, as crianças e os homens oprimidos. Por suas palavras e atos passava a redenção, e ela vinha com a intervenção de Deus, em favor do ser humano.

Sua atitude confronta-se com aqueles que não pensavam como Ele. Mas Jesus foi o que quis ser, para decepção de uns e de outros. A narração da viagem de Jesus a Jerusalém, com o encontro com a morte, é colocada pelos Evangelhos como reinterpretação da esperança do povo. Jesus deixa um legado de força e coragem, um exemplo de amor ao Pai, que morre sem recorrer a qualquer status divino. Mas após a sua ressurreição a comunidade então compreende a messianidade de Jesus, e sua figura misteriosa e fascinante do Servo de Javé. Daí o caminho para Jesus não será uma salvação mágica, mas iluminará a comunidade nas questões difíceis, do sofrimento inocente e injusto.

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