PLEROMA
– Consequência Antropológica: viver
o tempo cristão, que é de plenitude implica a realização da justiça e do amor
(Cf. Jo 1, 16 – 18 ). A justiça não pode ser mero esforço humano. Trata-se da
justiça que se manifesta em Jesus Cristo, daí a necessária conversão para assumir
a justiça do Reino. Os tempos messiânicos, de manifestação de Jesus, como Enviado
do Pai, só podem ser plenitude de justiça, onde a humanidade se torna mais
humana. A plenitude da justiça é o amor. Quando a humanidade se manifesta da
forma como Deus a sonhou, Deus mesmo se manifesta: “Onde reina o amor, Deus aí
está”.
Reflexão: Em Jesus se realiza a plenitude, o verbo começou a
existir na condição humana; este é o acontecimento decisivo da História da
Salvação. É preciso escutar Jesus para compreender sua mensagem. Também em
Jesus se manifesta todo amor do Pai, para se fazer justiça perante os homens, Nele
se realiza a glória de Deus, a humanidade de Jesus é o lugar da presença da
manifestação de Deus no meio dos homens, Jesus é o verdadeiro Templo. Assim como
o apóstolo Paulo nos fala: “Pois todos vós sois, pela fé, filhos de Deus, em
Jesus Cristo (Gl 3, 26 )”. Portanto, somos justificados pela fé em Cristo.
Para concluir, a experiência do
amor do Pai, do Filho e do Espirito Santo, na unidade Una e Trina se realiza no
meio de nós pela verdadeira fé. Deus é justo e fiel a si mesmo e ao desígnio da
salvação do homem. A justiça de Deus se realiza quando a ação de Deus no homem
o faz justo, para uma nova vida, de amor e paz em Cristo.
CRER
– Engaja a pessoa inteira, vontade e discernimento, globalidade e
unicidade; instinto que faz crescer e nos leva a possuir uma força... O verbo “Shemá”
não visa apenas escutar, mas a compreensão, a fé do coração... Tem o sentido de
escutar, crer, receber/acolher. “Nós faremos e nós ouviremos” (Ex 24,7). A prática
precede a escuta. O povo começa a praticar, sabe que quando Deus fala, trata-se
de entrar na experiência proposta por Ele, sem a pretensão de compreender
imediatamente todo sentido. Compreenderá pouco a pouco, uma palavra ouvida e
verdadeiramente recebida e posta em prática. Vemos essa atitude em Maria (Lc
1,38; 2, 19 – 51).
Reflexão: Quando oramos dizemos: “Creio em Deus Pai Todo Poderoso,
Criador do Céu e da Terra”. A fé veio até nós pelo anúncio da Palavra, que
cremos porque Ela transforma. Quando o povo hebreu fez a experiência do Deus
Salvador, sua saída do Egito foi considerada por Israel como um evento
fundador, a páscoa para uma nova vida de fé e esperança. Deus escutou o seu
povo e foi ao seu socorro e o povo soube acolher e escutar a proposta de Deus. Que
no início era o Deus libertador, somente muito tempo depois o povo com o
amadurecimento na fé foi chegar à compreensão do Deus Criador. Durante a
caminhada do povo no deserto, e depois da terra prometida, muitos foram às tentações
e provações, que mostraram a fé em um Deus Uno e Trino.
A experiência de Deus que
perpassa no tempo, onde Ele age sempre em socorro de seu povo, a Palavra ouvida
e partilhada, com a fé que se torna Salvação e Segurança do povo. A experiência
de Maria que acolhe essa mesma palavra de fé se torna a mãe do Verbo Encarnado,
que se fez homem no meio de nós. E junto com Ele muitos discípulos acreditaram
em sua Palavra, no seu Amor e no Reino de Deus.
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